
O final da década de 60 é tomado pelo tom da ditadura militar e suas investidas contra a liberdade e os direitos humanos.*O momento político e social brasileiro inaugurado no começo os anos 60 requisitou uma nova resposta efetiva os artistas, em suas Produções, e uma nova perspectiva crítica em suas obras.
* O golpe de 64 e o Ato Institucional n.5 exigiram outras posturas da sociedade e renovados posicionamentos dos artistas.
Qual seria a face dos anos 60, como ela formalizou-se no campo da cultura e qual fundamentação construir para pensar globalmente produção cultural e artística dos anos 60?
A representação cultural mais abrangente dos nos 60 estaria na saga do personagem
Brasilino ( Cadernos do Povo) e seu cotidiano, minuciosamente descrito, cercado de produtos
e serviços da indústria multinacional e estrangeira? Ou estaria na mudez totêmica do “Porco
Empalhado”, do artista Nelson Leiner, a demandar um outro olhar sobre o mundo?
Numa troca de cartas, Lygia Clark resumiu com uma frase o caráter da arte que queria fazer Oiticica, reclamando da arte "morta" que via por lá, tão longe do que estavam tramando no Brasil.
Do Rio, Oiticica respondeu: "Hoje sou marginal ao marginal, marginal mesmo: à margem de tudo, o que me dá surpreendente liberdade de ação". Arrematava dizendo "podemos botar fogo neste continente".
Regime ditatorial nos quais os artistas buscavam formas de burlar a censura para continuar
se expressando;
*Arte como forma de protesto;
*Questionamentos implícitos sobre a censura, a sociedade e a arte;
*Nova relação público-obra;
*Criação dos salões de Arte Contemporânea;
*Bienais Nacionais e Internacionais de São Paulo;
*Exposição- Arte como protesto –Bernardo Caro.
A música, o teatro e o cinema foram atividades culturais mais atingidas pela censura mi-
Litar.
*Década das experimentações artísticas que transcendem as paredes fechadas dos museus e galerias de arte.
*Passagem da modeArtistas da Vanguarda
- Rubens Gerchman;
Nelson Leiner;
Maria Helena Motta Paes;
Mário Bueno;
Enéas Mattos Dedecca;
Raul Porto;
Geraldo Jungersen;
Geraldo de Souza;
Wesley Duke Lee;
Geraldo de Barros;
José Resende;
Hélio Oiticica;
Aguilar;
Carlos Vergara
Surge
Grupo Rex
Irreverente, iconoclasta, ruidoso, polêmico, e... efêmero. O grupo Rex, da mesma forma que surgiu, também desapareceu: gerando polêmica, causando tumulto.
À origem desta cooperativa artística paulista relaciona-se ao episódio em que Wesley Duke Lee, Nelson Leiner e Geraldo de Barros retiraram suas obras da exposição coletiva Proposta 65, em protesto e em solidariedade ao artista Décio Bar que teve alguns de seus trabalhos censurados pelo regime militar. Teria sido justamente após este incidente, que estes artistas decidiram não apenas formar um grupo, mas abrir uma galeria e publicar um jornal, com “frentes de luta”, para questionar e combater a mistificação da arte e o circuito se formava em torno dela: galerias, marchands, críticos, mídia.
Pretensões do grupo:
*Vincular a experimentação de linguagens, materiais e suportes às possibilidades de uma arte participante;
*A intenção de se comunicar com o público, de forma mais imediata e através de métodos menos convencionais;
*elaborar uma crítica séria ao processo de mistificação da obra de arte.
O lema do grupo é instruir e divertir
A consideração da produção do grupo permite entrever a diversidade de estilos, ainda que os trabalhos produzidos se liguem às novas figurações e ao novo realismo em pauta nos Estados Unidos e na Europa, sobretudo às experiências da arte pop. Além disso, todos eles dialogam com a realidade urbana, em obras de franco ccaráter experimental.
Opinião 65
“A jovem pintura pretendia ser independente, polêmica, inventiva, denunciadora, crítica, social, moral. Ela se inspira tanto na natureza urbana imediata como na própria vida com seu culto diário de mitos”. Com essas palavras, a marchand e jornalista Ceres Franco anuncia a exposição Opinião 65.
Onde? Museu de Arte Moderna do Rio de janeiro-MAM/RJ
Segundo o crítico Michel Rangon, em 1961, há um retorno à figuração, na qual se observa o tratamento livre da figura, fora dos moldes realistas e descritivos tradicionais, a partir de lições retiradas informalismo, do expressionismo abstrato e da arte pop.
O impacto das novas linguagens figurativas na arte nacional é imediato, sobretudo em artistas cariocas, como Antonio Dias, Carlos Vergara, Rubens Gerchman, Roberto Magalhães, Ivan Freitas e Adriano Aquino, participantes de opinião 65.
Verifica-se o cenário internacional das artes plásticas, já no começo da década de 60 o abandono das linguagens abstratas , geométrica e gestual, e retorno da figura, ou melhor, uma apropriação da figura como fez a Pop Arte com as imagens divulgadas pela mídia transformando-as em naturezas mortas da sociedade de consumo. No fenômeno da nova configuração o que interessa é o significado da imagem e não uma forma representativa. Uma imagem alusiva, grotesca e provocativa. A estética do mau gosto desafiando uma sociedade do bom gosto, industrial e politicamente correta.
A obra do artista plástico carioca Rubens Gerchman, representa bem esse momento na arte brasileira. Muitas das propostas artísticas da vanguarda brasileira que se desenvolveram entre 1964 e 68 estavam comprometidas em dar respostas ao golpe militar. A nova linguagem figurativa dialogava de forma mais direta com a realidade político social.
Em paralelo a uma arte de denúncias, bastante difundida pelos militantes políticos, surgiram outras manifestações de arte coletiva abertas à participação do espectador como as propostas de Hélio Oiticica e os Domingos da Criação organizados por Frederico Morais. Em 1968no Salão de Brasília, o Porco Empalhado de Nelson Leiner, artista paulista integrante do grupo Rex, não era apenas o questionamento da instituição arte, interrogava as outras instituições da sociedade, naquele contexto político.
A experiência francesa foi palco onde os ideais e as paixões acumuladas explodiram e deu início a uma revolução que mudou a história do século XX. A guerrilha se espalhou pela América latina, reivindicações de todas as parte e de todos os tipos, liberdade sexual, racial. Nos EUA, os estudantes revoltados com a cruel possibilidade de morrer na guerra do Vietnã,protestaram.
No Brasil estudantes em passeata enfrentam a repressão militar, em abril de 1968, a policia mata o estudante secundarista Edson Luiz no Rio de Janeiro e em Dezembro o golpe mortal do governo militar, o Ato Institucional N° 5. O auge da repressão. Ninguém mais se sentia seguro.
A arte foi proibida na rua, exposições fechadas, como a Bienal Nacional em Salvador e artistas presos ou vivendo na clandestinidade ou no exílio. Fecharam-se as cortinas e o espetáculo passou a ser encenado na obscuridade.
Bibliografia
www.ian.unicamp.br/vangardasemcampinas
www.ian.unicamp.br/vangardasemcampinas/artihos_pdf/sylvia_furegatti.pdf
www.pt.wikipedia.org/wiki/tropicalia
www.culturaemercado.com.br/pontos_de_vista/as_artes_plasticas_na_decada_de_1960_e_maio_de_1968/
http://www.google.com.br/search?q=obras+de+arthur+bispo+do+ros%C3%A1rio&hl=pt-BR&biw=1360&bih=596&prmd=ivnso&tbm=isch&tbo=u&source=univ&sa=X&ei=AuEHTrrsA8O4tge8sbXjDQ&ved=0CCsQsAQ
www.pt.wikipedia.org/wiki/pintura_no_brasil
Do Rio, Oiticica respondeu: "Hoje sou marginal ao marginal, marginal mesmo: à margem de tudo, o que me dá surpreendente liberdade de ação". Arrematava dizendo "podemos botar fogo neste continente".
Regime ditatorial nos quais os artistas buscavam formas de burlar a censura para continuar
se expressando;
*Arte como forma de protesto;
*Questionamentos implícitos sobre a censura, a sociedade e a arte;
*Nova relação público-obra;
*Criação dos salões de Arte Contemporânea;
*Bienais Nacionais e Internacionais de São Paulo;
*Exposição- Arte como protesto –Bernardo Caro.
A música, o teatro e o cinema foram atividades culturais mais atingidas pela censura mi-
Litar.
*Década das experimentações artísticas que transcendem as paredes fechadas dos museus e galerias de arte.
*Passagem da modeArtistas da Vanguarda
- Rubens Gerchman;
Nelson Leiner;
Maria Helena Motta Paes;
Mário Bueno;
Enéas Mattos Dedecca;
Raul Porto;
Geraldo Jungersen;
Geraldo de Souza;
Wesley Duke Lee;
Geraldo de Barros;
José Resende;
Hélio Oiticica;
Aguilar;
Carlos Vergara
Surge
Grupo Rex
Irreverente, iconoclasta, ruidoso, polêmico, e... efêmero. O grupo Rex, da mesma forma que surgiu, também desapareceu: gerando polêmica, causando tumulto.
À origem desta cooperativa artística paulista relaciona-se ao episódio em que Wesley Duke Lee, Nelson Leiner e Geraldo de Barros retiraram suas obras da exposição coletiva Proposta 65, em protesto e em solidariedade ao artista Décio Bar que teve alguns de seus trabalhos censurados pelo regime militar. Teria sido justamente após este incidente, que estes artistas decidiram não apenas formar um grupo, mas abrir uma galeria e publicar um jornal, com “frentes de luta”, para questionar e combater a mistificação da arte e o circuito se formava em torno dela: galerias, marchands, críticos, mídia.
Pretensões do grupo:
*Vincular a experimentação de linguagens, materiais e suportes às possibilidades de uma arte participante;
*A intenção de se comunicar com o público, de forma mais imediata e através de métodos menos convencionais;
*elaborar uma crítica séria ao processo de mistificação da obra de arte.
O lema do grupo é instruir e divertir
A consideração da produção do grupo permite entrever a diversidade de estilos, ainda que os trabalhos produzidos se liguem às novas figurações e ao novo realismo em pauta nos Estados Unidos e na Europa, sobretudo às experiências da arte pop. Além disso, todos eles dialogam com a realidade urbana, em obras de franco ccaráter experimental.
Opinião 65
“A jovem pintura pretendia ser independente, polêmica, inventiva, denunciadora, crítica, social, moral. Ela se inspira tanto na natureza urbana imediata como na própria vida com seu culto diário de mitos”. Com essas palavras, a marchand e jornalista Ceres Franco anuncia a exposição Opinião 65.
Onde? Museu de Arte Moderna do Rio de janeiro-MAM/RJ
Segundo o crítico Michel Rangon, em 1961, há um retorno à figuração, na qual se observa o tratamento livre da figura, fora dos moldes realistas e descritivos tradicionais, a partir de lições retiradas informalismo, do expressionismo abstrato e da arte pop.
O impacto das novas linguagens figurativas na arte nacional é imediato, sobretudo em artistas cariocas, como Antonio Dias, Carlos Vergara, Rubens Gerchman, Roberto Magalhães, Ivan Freitas e Adriano Aquino, participantes de opinião 65.
Verifica-se o cenário internacional das artes plásticas, já no começo da década de 60 o abandono das linguagens abstratas , geométrica e gestual, e retorno da figura, ou melhor, uma apropriação da figura como fez a Pop Arte com as imagens divulgadas pela mídia transformando-as em naturezas mortas da sociedade de consumo. No fenômeno da nova configuração o que interessa é o significado da imagem e não uma forma representativa. Uma imagem alusiva, grotesca e provocativa. A estética do mau gosto desafiando uma sociedade do bom gosto, industrial e politicamente correta.
A obra do artista plástico carioca Rubens Gerchman, representa bem esse momento na arte brasileira. Muitas das propostas artísticas da vanguarda brasileira que se desenvolveram entre 1964 e 68 estavam comprometidas em dar respostas ao golpe militar. A nova linguagem figurativa dialogava de forma mais direta com a realidade político social.
Em paralelo a uma arte de denúncias, bastante difundida pelos militantes políticos, surgiram outras manifestações de arte coletiva abertas à participação do espectador como as propostas de Hélio Oiticica e os Domingos da Criação organizados por Frederico Morais. Em 1968no Salão de Brasília, o Porco Empalhado de Nelson Leiner, artista paulista integrante do grupo Rex, não era apenas o questionamento da instituição arte, interrogava as outras instituições da sociedade, naquele contexto político.
A experiência francesa foi palco onde os ideais e as paixões acumuladas explodiram e deu início a uma revolução que mudou a história do século XX. A guerrilha se espalhou pela América latina, reivindicações de todas as parte e de todos os tipos, liberdade sexual, racial. Nos EUA, os estudantes revoltados com a cruel possibilidade de morrer na guerra do Vietnã,protestaram.
No Brasil estudantes em passeata enfrentam a repressão militar, em abril de 1968, a policia mata o estudante secundarista Edson Luiz no Rio de Janeiro e em Dezembro o golpe mortal do governo militar, o Ato Institucional N° 5. O auge da repressão. Ninguém mais se sentia seguro.
A arte foi proibida na rua, exposições fechadas, como a Bienal Nacional em Salvador e artistas presos ou vivendo na clandestinidade ou no exílio. Fecharam-se as cortinas e o espetáculo passou a ser encenado na obscuridade.
Bibliografia
www.ian.unicamp.br/vangardasemcampinas
www.ian.unicamp.br/vangardasemcampinas/artihos_pdf/sylvia_furegatti.pdf
www.pt.wikipedia.org/wiki/tropicalia
www.culturaemercado.com.br/pontos_de_vista/as_artes_plasticas_na_decada_de_1960_e_maio_de_1968/
http://www.google.com.br/search?q=obras+de+arthur+bispo+do+ros%C3%A1rio&hl=pt-BR&biw=1360&bih=596&prmd=ivnso&tbm=isch&tbo=u&source=univ&sa=X&ei=AuEHTrrsA8O4tge8sbXjDQ&ved=0CCsQsAQ
www.pt.wikipedia.org/wiki/pintura_no_brasil

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